terça-feira, 5 de julho de 2011

A vida que vai a deriva...

Os caminhos se cruzaram, fez as naus de suas dores e alegrias tornarem-se uma só mas o mar encontrava-se revolto e seu destino tornou-se um vagar em direção a lugar nenhum. Meus caros leitores, o horizonte se apagou se desfez sem que tais naus percebessem que foram elas mesmo, não a cerração que apagou o horizonte. Saibam nada existe de mais angustiante do que o vagar perdido, mas saibam também este é um estado intermediário.

Eles não o sabiam e para descobrirem, sofreram, choraram, gritaram e na impossibilidade de abrir os olhos, mantiveram-se juntos. Não há nada mais difícil do que trocar as lentes de um óculos, não a nada mais impossível do que enxergar àquilo que não se quer ver.

Mas, as naus da vida, foram feitas para caminhar sozinha e isto de tal modo que era inevitável o fim daquela deriva sob pena de ir a pique sua própria vida. Ahhh que escolha difícil, ir-se, separar-se ou ter que enfrentar o caráter doloroso de nossa existência? Somente os espíritos com muitas forças, muita clareza de sua contradição podem, diante de tal condição, assumir um amor incondicional à vida e, conseqüentemente, hastear as velas em um rumo.

Mas que rumo? Quem dá este rumo? Ninguém meus caros é a própria presentação de nossa vida que pode fazer nossa memória aviar-se. Mas quanta dor, quanto sacrifício. Saibam, a verdade, faltam em nossos tempos espíritos dispostos a fazer tais sacrifícios obstinadamente, faltam espíritos dispostos a voltarem se para si e ser seu próprio destino.

A vida leitores, sempre vai à deriva, não se deixem levar por ela. É indispensável aceitar a luta eterna em que estamos engendrados e, com isto, assumir nossa condição. Cunhar para nós nosso próprio destino. A nossa nau navega num fluido onde não há qualquer coisa onde possamos nos esconder, sem nos afundar. As luzes do farol estão sempre apagadas e, por mais custoso que isto nos seja, somos nós que devemos acendê-las.

Também não se enganem com este texto mórbido e taciturno, há muitas promessas para todos àqueles que se aventuram neste mar e ousam enxergar um horizonte riscado à lápis nº 2, há a promessa da plenitude de nossa existência que só nós podemos conseguir. Infelizmente ou, ainda, felizmente somos nós que fazemos nosso futuro e colocamos nossa não na rota da evolução de nossos espíritos.

Um comentário:

luciana disse...

simplesmente perfeito... diz mt sobre o momento